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Por Redação do RXP Esporte — 21 de abril de 2025
Papa Francisco, líder global e devoto torcedor do San Lorenzo, falece aos 88 anos
Cidade do Vaticano — O mundo católico e o universo do futebol estão em luto nesta segunda-feira com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O pontífice, que liderou a Igreja Católica com um estilo marcado pela simplicidade e defesa dos marginalizados, faleceu em sua residência no Vaticano após complicações de uma infecção respiratória. Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, Francisco não apenas revolucionou o papado com seu olhar progressista, mas também manteve, até seus últimos dias, uma paixão vibrante pelo Club Atlético San Lorenzo de Almagro, time que amou desde a infância.
Bergoglio cresceu no bairro de Flores, em Buenos Aires, onde desenvolveu sua fé e seu amor pelo San Lorenzo. Em discursos e entrevistas, frequentemente associou o clube a valores como "solidariedade e justiça", lembrando que o time foi fundado em 1908 por um grupo de jovens e um padre, inspirados por um projeto social. "O futebol não é só um jogo. É uma metáfora da vida: exige trabalho em equipe, sacrifício e esperança", declarou em 2019, durante um encontro com atletas no Vaticano.
Sua ligação com o clube ganhou contornos históricos em 2014, quando visitou a sede do San Lorenzo e presenteou o time com uma camisa personalizada com seu nome. Em 2021, quando o clube enfrentou uma crise financeira, Francisco doou parte de seus recursos pessoais para ajudar nas dívidas, gesto que só foi revelado após sua morte por fontes próximas à diretoria.
Primeiro papa jesuíta e latino-americano, Francisco será lembrado por sua abordagem aberta a temas como mudanças climáticas, imigração e desigualdade. Sua encíclica Laudato Si' (2015) tornou-se um marco na defesa do meio ambiente, enquanto seu apoio a refugiados e críticas ao "capitalismo selvagem" ecoaram além das fronteiras da Igreja. No entanto, seu papado também enfrentou resistência de setores conservadores, especialmente após avanços no diálogo com comunidades LGBTQIA+ e a promoção de uma Igreja "em saída" para as periferias existenciais.
Mesmo com a saúde frágil nos últimos anos, Francisco manteve agenda reduzida, mas ativa, até o início de 2025. Na semana passada, durante uma audiência geral, mencionou o San Lorenzo ao responder a um jovem argentino: "A vida é como um jogo de futebol: às vezes você cai, mas o importante é se levantar e seguir correndo".
A notícia de sua morte gerou comoção global. No Vaticano, fiéis se reúnem na Praça São Pedro, enquanto torcedores do San Lorenzo organizam vigílias em frente ao estádio El Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires. A Confederação Argentina de Futebol (AFA) anunciou um minuto de silêncio em todos os jogos da próxima rodada.
"Ele era nosso papa, mas também nosso cuervo de coração", disse emocionado Matías Lammens, presidente do San Lorenzo, referindo-se ao apelido do clube. O Vaticano confirmou que o corpo de Francisco será velado a partir de terça-feira (22), com exéquias previstas para quinta-feira (24), lideradas pelo futuro sucessor.
Em um mundo dividido, Francisco deixa um legado que transcende religiões e fronteiras — e, para os argentinos, a certeza de que o céu ganhou um santo torcedor.